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segunda-feira, 23 de maio de 2016

Save your money

Se eu disser que a Fergie é uma merda
este texto perde credibilidade?


A Fergie é, de facto, uma merda. Nunca foi grande coisa e só existiu, enquanto Black Eyed Peas, porque um senhor aka Wil I Am e restante companhia a deixou apanhar o barco. Por isso, no Rock In Rio, o concerto foi deplorável, numa apresentação medíocre de covers inapropriadas, de remisturas dos sons que a tornaram conhecida e de uma exibição corporal que nunca chegou para apagar o resto. É importante esquecer o mais rápido possível.

Seguiu-se Mika, um simpático mas sensaborão rapazito que não chateia ninguém a não ser o Jorge Fernando que foi arrastado para uma tentativa de colocar um libanês, que canta em inglês a reproduzir fados.
É importante sorrir mas esquecer depressa.



E pronto, havia chegado o momento de ver que raio era afinal os Queen+Adam Lambert.
Eu gosto do Adam Lambert, ponto. Quanto ao concerto há que dividir as coisas.
Ele esteve bem a explicar que Freddy só há um e o que se trata ali, na tourneé europeia é uma espécie de tributo. Esclarecido humildemente o tema, Lambert foi demasiado tímido em palco, a voz é demasiado doce se a compararmos com Mercury e os improvisos não foram os melhores, tal como a exibição de guarda-roupa. No final, fica a sensação que Axl Rose está melhor nos AC/DC do que Lambert nos Queen.
Depois há the originals, Brian May e Roger Taylor - o baixista John Deacon deixou-se dessas coisas - que tiveram um surto nostálgico e não só e reactivaram a banda.
Quando era adolescente queria ser o Roger Taylor, fruto da minha relação com a bateria e uma banda rock de casa de banho. A banda era próxima dos U2, os tipos vestiam-se de preto, e eu andava ali a elogiar Taylor como o melhor baterista do mundo. Queria ser, agora já não queria, porque na Bela Vista, ele foi uma sombra do que era e colocou à sombra um segundo baterista, disfarçado de percurssionista para que pudesse recuperar o fôlego e errar as batidas sem que se desse por isso.
Aliás, a iluminação, inteligentemente, "apagou" do set o remanescente da banda, como tudo se tratasse, em exclusivo, de Lambert, Taylor e May. Lambert agradeceu-lhes no final, mas só isso, o resto havia sido um three mem show. Brian May continua um virtuoso, mas também vaidoso, tão vaidoso que incluiu solos longuíssimos de guitarra em tudo o que era música. Cumpriu e pecou, por excesso. 
Como produto final a coisa resulta, mesmo sem ser preciso ceder à tentação de exibir Freddy Mercury na tela. Resulta porque as canções resultam, resultarão sempre e conseguem a proeza de tornar um público de anémonas no melhor público do Mundo, como aconteceu ali. Lambert podia desafiar, May podia tirar a roupa e Taylor ir dormir mais cedo que o concerto resultaria, tal como resultaria se qualquer um destes fosse substituído pela Banda da Força Aèrea. 



O público talvez pudesse ter poupado o dinheiro do segundo dia do Rock In Rio. Talvez tivesse trocado o dia pelo que se segue, porque Korn estão a chegar e os Hollywood Vampires também, sim, os que têm Joe Perry e Alice Cooper, e uma espécie de cheerleader para tornar a coisa menos... bloody.